Setor rural da França resiste a acordo entre UE e Mercosul

Os produtores reclamam que a renda média da categoria na França seria de 12 mil euros por ano, e que a tendência seria de baixa com o aumento da competição. Isso porque a Europa bane o uso de ração geneticamente modificada – em especial a soja – e debate a proibição do uso do glifosato, um herbicida reputado por seus efeitos nocivos à saúde, o que implica custos mais elevados de produção.

O risco seria maior no segmento de carne de alto valor. “As exportações de países do Mercosul serão as mesmas que as do Canadá, ou seja, pedaços de carne destinados ao mercado mais caro, mas com preços muito mais baixos”, entende Baptiste Buczinski, chefe de projeto do Instituto de Criação (Idele), da França.

Sindicatos setoriais também manifestam preocupação pelo que consideram a iminência de um acordo com o Mercosul. A Confederação de Agricultores criticou a decisão de Macron de baixar a guarda e o chamou de “traidor”. “O Brasil não continua a ser incapaz de demonstrar a credibilidade do sistema de traçabilidade e de certificação sanitária das carnes? A criação sul-americana não continua a ser responsável por desflorestamento, e logo incompatível com a agricultura engajada na luta contra as mudanças climáticas?”, questionou a organização.

Fonte: Estadão, adaptada pela Equipe BeefPoint.

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