Mercado do boi gordo começa a reagir em Mato Grosso

A Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat) e pesquisadores creditam a alta dos preços à chamada entressafra do boi, à reabertura de plantas e redução do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) de 9% para 4% para o abate em outros estados.

O Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), que faz levantamento de preços diariamente, divulgou nota sobre alta registrada em todas as praças do instituto, com exceção somente do Rio Grande do Sul. Em Mato Grosso, o indicador Cepea para Cuiabá aponta a arroba a R$ 120,37 à vista e R$ 121,30 para pagamento em 30 dias. Em Cáceres, o indicador é de R$ 121,50 à vista e R$ 122,45 a prazo.

A pesquisadora Mariane Crespolini explica que 90% dos abates no país são provenientes de engorda a pasto e que a estiagem reduziu a oferta de animais. “Com a intensificação da seca praticamente não há animais disponíveis. Além disso, a principal indústria retomou as compras e houve reabertura de plantas frigoríficas. Tudo isso contribui para aumento dos preços”.

O representante regional Acrimat em Vila Bela da Santíssima Trindade Cristiano Alvarenga acredita que o estado ainda tem mais um fator que contribuiu para esta leve recuperação, que foi a redução da alíquota do ICMS para o abate de boi gordo em outros estados.

Na região do Araguaia, a representante da Acrimat Teia Fava também revela que a possibilidade de abate em Goiás, por exemplo, valorizou o mercado local. “Recebi uma oferta semana passada e outra um pouco melhor esta semana e justamente para enviar para uma unidade de Goiás. Mesmo com o desconto do ICMS, que agora está menor, o negócio será mais vantajoso”.

Outra região que registrou reação no mercado é a chamada Vale do Jauru, onde estão os municípios de Araputanga, São José dos Quatro Marcos e Mirassol do Oeste, este último que há quase 30 dias conta com mais uma unidade frigorífica reaberta. O presidente do Sindicato Rural de Quatro Marcos, Alessandro Casado, afirma que com a concorrência os preços pagos ao produtor melhoraram.

“Antes havia apenas um grupo atuando em toda região. Agora temos duas indústrias, uma aqui em Mirassol do Oeste e um escritório foi aberto em Barra do Bugres. Isso movimentou o mercado e os preços reagiram”, afirma Casado.

Fonte: Acrimat, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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