O zootecnista Caio Vargas, consultor da Trouw Nutrition, respondeu uma dúvida importante sobre cevada para gado.
A questão veio do pecuarista Leonardo Piana, de Marechal Floriano-ES. Conforme escreveu, ele destacou que trata garrotes a pasto com sal mineral e suplemento de cevada. Depois disso, na engorda, continua servindo o cereal para gado economizando com a ração. Agora, ele quer saber se pode aumentar o volume do produto para economizar na engorda.
DOIS TIPOS DE CEVADA
Primeiramente o especialista explicou que há dois tipos de cevada para gado.
“Tem a cevada que é resíduo úmido de cervejaria. Este é um material que pode ter entre 15 a 20% de matéria seca. Então é um alimento bem úmido e tem um teor proteico na casa dos 20 a 25%”, especificou.
Além disso, o zootecnista lembrou do grão de cevada.
“É o grão seco. É um material que tem matéria seca bem mais alta, acima dos 80%, e um teor proteico médio, na faixa de 14 a 16%”, completou.
USO DA CEVADA PARA GADO NA RECRIA
Em seguida, o consultor em nutrição fez uma ressalva quanto ao uso da cevada úmida de cervejaria.
“Como a gente tem uma alta umidade nesse material, nós precisamos fornecer grandes quantidades para para conquistar o mesmo objetivo na comparação com o fornecimento do material seco. […] Se a gente der 1 kg do resíduo úmido de cervejaria, nós estaremos dando em torno de 200 a 250 gramas de matéria seca deste produto”, estimou.
Em outras palavras, a operação deve ser feita com boa execução. Por exemplo, como a quantidade da cevada para gado é maior com o uso do cereal úmido, logo a linha de cocho também deve ser longa o suficiente. Além disso, a estocagem precisa ser bem feita pela dificuldade de armazenar um material úmido.
Sob o mesmo ponto de vista, o frete encarece pela umidade do produtor e o frete deve estar em foco na decisão. “Tem que fazer as contas de custos do transporte desse material. Porque a cada tonelada nós estamos transportando 200 quilos de matéria seca e 800 quilos de água”, atentou.
USO DA CEVADA PARA GADO NA ENGORDA
Em síntese, o zootecnista explicou se usar mais do cereal na engorda o pecuarista economizará.
“Ela vai contribuir com um pouco de teor proteico para o animal. Mas eu vejo da seguinte forma: se nós colocarmos ela dentro do balanço nutricional, então formular uma dieta e usá-la na formulação de uma dieta com algum outro material, nós podemos incrementar os ganhos. De repente, se usar para fazer um proteico energético ou algum outro material do tipo, a gente consegue agregar, sim”, sugeriu.
Posteriormente o consultor orientou que o horário de fornecimento da cevada para gado pode impactar no resultado. “Uma dica que eu daria é talvez fornecer esse suplemento nas horas mais quentes do dia. Às 10h da manhã, às 15h, para que a gente não tenha o efeito substitutivo. Ou seja, para que o animal não consuma o suplemento e deixe de consumir capim”, justificou.
Finalmente, o zootecnista Caio Vargas reforçou a importância de consultar um nutricionista para avaliar o uso da cevada para seu rebanho em específico.